O que mais reprova na avaliação médica dos concursos policiais?

A avaliação médica é uma das etapas mais rigorosas dos concursos para carreiras policiais. Muitos candidatos são reprovados por condições de saúde que possam comprometer sua capacidade de exercer o cargo. Para evitar surpresas desagradáveis, é essencial conhecer os principais motivos de reprovação e saber como se preparar corretamente.

Principais motivos de reprovação na avaliação médica

A seguir, listamos os principais problemas de saúde que costumam levar à eliminação dos candidatos nos exames médicos dos concursos policiais.

Problemas de visão

A capacidade visual é um critério fundamental para as atividades policiais. As condições mais comuns que podem resultar em reprovação incluem:

Baixa acuidade visual, mesmo com o uso de óculos ou lentes de contato.
Daltonismo, em concursos onde a identificação de cores é essencial.
Estrabismo severo, quando compromete a visão binocular.
Glaucoma ou doenças progressivas da visão.

Problemas auditivos

A audição é testada por meio de audiometria. Os principais motivos de eliminação incluem:

Perda auditiva acima dos limites estabelecidos no edital.
Uso de aparelhos auditivos (depende das regras do concurso).

Doenças cardiovasculares

O coração e a circulação sanguínea precisam estar em boas condições para suportar esforços físicos intensos. Os problemas mais comuns que levam à reprovação são:

Hipertensão arterial não controlada.
Arritmias cardíacas graves.
Doenças cardíacas estruturais.

Doenças respiratórias

As condições respiratórias são analisadas para garantir que o candidato tenha resistência suficiente. As principais doenças que podem causar eliminação incluem:

Asma moderada a grave.
DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
Insuficiência respiratória.

Doenças neurológicas

O sistema nervoso precisa estar saudável para garantir reações rápidas e um desempenho adequado. Entre as condições que mais eliminam candidatos estão:

Epilepsia, mesmo que controlada (depende do concurso).
Histórico de AVC.
Doenças neuromusculares incapacitantes.

Problemas ortopédicos

O sistema musculoesquelético é avaliado para garantir que o candidato suporte as exigências físicas do cargo. Os principais problemas ortopédicos que levam à eliminação incluem:

Escoliose severa.
Hérnia de disco incapacitante.
Sequelas de fraturas que limitem a mobilidade.

Transtornos psiquiátricos

A estabilidade emocional e mental é essencial para a atuação policial. Os transtornos mais comuns que levam à reprovação são:

Transtorno de ansiedade severo.
Depressão com histórico de internação.
Esquizofrenia e transtornos psicóticos.
Dependência química (álcool ou drogas).

Doenças autoimunes e crônicas

Algumas doenças crônicas podem comprometer a capacidade do candidato de exercer a função policial. Os principais motivos de eliminação incluem:

Diabetes mellitus tipo 1 (alguns editais aceitam tipo 2 controlado).
Lúpus e outras doenças reumatológicas graves.
Insuficiência renal crônica.

Cirurgias recentes ou condições pós-operatórias

Se o candidato passou por uma cirurgia recentemente, pode ser considerado inapto caso ainda não tenha se recuperado completamente. As principais situações que levam à reprovação incluem:

Cirurgias ortopédicas recentes sem plena recuperação.
Cirurgia bariátrica sem estabilização do peso.
Pós-transplante de órgãos.

HIV e outras doenças infectocontagiosas

Embora o STF tenha decidido que a reprovação automática por HIV é inconstitucional, algumas bancas ainda impõem restrições se houver comprometimento da saúde do candidato. Outras doenças infectocontagiosas também podem levar à eliminação.

Como se preparar para a avaliação médica?

A melhor maneira de evitar surpresas desagradáveis é antecipar-se à avaliação médica. Veja os passos essenciais para garantir sua aptidão:

Faça exames médicos prévios

Antes de ser convocado para a fase médica oficial, consulte um médico e realize exames básicos para detectar possíveis problemas de saúde. Os exames mais comuns exigidos incluem:

Hemograma completo.
Glicemia em jejum.
Exame toxicológico (janela de 90 ou 180 dias).
Eletrocardiograma (ECG) e/ou teste ergométrico.
Eletroencefalograma (EEG).
Radiografia da coluna vertebral.
Audiometria.
Teste de acuidade visual.
Exames de urina e fezes.
Sorologia para doenças infectocontagiosas.

Se houver uma condição pré-existente, pode ser necessário apresentar exames complementares e laudos médicos.

Obtenha laudos médicos

Caso você tenha uma condição que não impede o exercício da função policial, um laudo médico detalhado pode ser necessário. O documento deve ser emitido por um especialista e incluir:

Diagnóstico completo.
Histórico da doença e tratamento realizado.
Conclusão afirmando a aptidão para o cargo.

Esse laudo pode ser decisivo para evitar uma eliminação injusta.

Cuide da saúde antes da perícia

Evite álcool e drogas, pois o exame toxicológico pode detectar substâncias consumidas até seis meses antes.
Controle peso e pressão arterial.
Evite exercícios físicos intensos antes do teste ergométrico, pois isso pode alterar os resultados.
Durma bem antes da avaliação, para não prejudicar exames neurológicos e cardíacos.

Como recorrer em caso de reprovação?

Se for considerado inapto, ainda há possibilidades de recorrer administrativamente. Para isso, o recurso deve conter:

Cópia da decisão médica da banca.
Laudos e exames atualizados comprovando sua aptidão.
Argumentação técnica demonstrando que sua condição não impede o exercício do cargo.

Caso o recurso administrativo seja negado, é possível ingressar com uma ação judicial, especialmente se houver arbitrariedade na decisão.

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O Escritório Marco Aurélio Leite Advocacia atua na área de concursos públicos e pode auxiliar candidatos reprovados na avaliação médica a recorrer administrativamente ou judicialmente. Entre em contato para entender melhor como podemos ajudá-lo a garantir seus direitos.